post nº 079
REPETIÇÃO... (porque hoje ainda se aplica mais o que escrevi em 1972)
do post nº 064
REFÉM
Vivo sozinho e abandonado
Do mundo escorraçado
Vivo sozinho e sem dinheiro
Por dar esmolas ser o primeiro
Vivo sozinho como um ladrão
Vivo de amor que me não dão
Roubo um capim
Faço uma cama
Roubam-me a cama
Fico-me assim...
Vivo com fome e não a sinto
Pinto-a na tela em que me pinto
Sinto a saudade, corro com ela
Perco a corrida, fico-me a vê-la
Olho para o céu, vejo-o vermelho
Espelho de sangue em que me espelho
Olho para a terra, vejo-a de luto
Lapelas engomadas e chão corrupto
Olho para a vida, peço-lhe a morte
Abro uma rifa no cabaz da sorte
Sai-me branca a terminação
Sai-me a tristeza, mas a morte não
Jorge Coimbra
quarta-feira, novembro 19, 2008
domingo, novembro 02, 2008
post nº 078
ACREDITO NO PAI NATAL
Deixem-me dar agora o salto da fé
Olhos bem fechados, luz bem apagada
A vida que passe por mim em rodapé
Perdida, por nunca ter sido achada
Não me deixem crer ainda na artimanha
Que não aceito mais estar sempre triste
Quem perde, perde, não diz que ganha
E esta minha mão não é uma arma em riste
Acreditarei sempre no Pai Natal
Do meu imaginário mais profundo
Mundo onde o meu mundo é todo igual
Não como este nosso desigual mundo
Ainda ponho sapatinhos à lareira
Ainda sinto os Anjos à minha beira
Ainda trepo às árvores, intrépido
Ainda vejo uma virgem em cada mãe
Ainda perscruto o horizonte mais além
Ainda faço, todos os anos, um Presépio
ACREDITO NO PAI NATAL
Deixem-me dar agora o salto da fé
Olhos bem fechados, luz bem apagada
A vida que passe por mim em rodapé
Perdida, por nunca ter sido achada
Não me deixem crer ainda na artimanha
Que não aceito mais estar sempre triste
Quem perde, perde, não diz que ganha
E esta minha mão não é uma arma em riste
Acreditarei sempre no Pai Natal
Do meu imaginário mais profundo
Mundo onde o meu mundo é todo igual
Não como este nosso desigual mundo
Ainda ponho sapatinhos à lareira
Ainda sinto os Anjos à minha beira
Ainda trepo às árvores, intrépido
Ainda vejo uma virgem em cada mãe
Ainda perscruto o horizonte mais além
Ainda faço, todos os anos, um Presépio
Jorge Coimbra
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