quarta-feira, dezembro 24, 2008

post nº 081

Primeiro vieram pelos comunistas
Eu não me pronunciei
Porque eu não era comunista

Depois vieram pelos socialistas
E eu fiquei calado
Porque eu não era socialista

Depois vieram pelos sindicalistas
Ainda assim não falei
Eu não era sindicalista

Depois ainda vieram pelos judeus
Aí também não levantei a minha voz
Porque eu também não era judeu

Foi então que vieram por mim
E já não havia ninguém para falar e defender

tradução livre de Jorge Coimbra

Texto original de Martin Niemoeller que esteve em campos de concentração por falar e não ser indiferente. Eis o texto original em Inglês: (há inúmeras versões onde alguns inserem novas ocasiões de indiferença, algumas até bem verdadeiras nos nossos tempos, mas o texto original é este e é de Martin Niemoeller

First they came for the communists, and I did not speak out--
because I was not a communist;

Then they came for the socialists, and I did not speak out--
because I was not a socialist;

Then they came for the trade unionists, and I did not speak out--
because I was not a trade unionist;

Then they came for the Jews, and I did not speak out--
because I was not a Jew;

Then they came for me--
and there was no one left to speak out for me.

terça-feira, dezembro 09, 2008

post nº 080

MÁRIO ALBUQUERQUE


Tudo começou com um cavalo de madeira.
Cavalinho de pau que trepavas, cansado,
De tanto tentar chegar à tua companheira
Uma bola que, sonhavas ainda acordado,
Do teu cavalo era a única cavaleira.

Mal tinhas começado e já perseguias alturas,
Muito aquém do teu horizonte de menino,
E, para alem de algumas fraquezas e tremuras,
Despertavas já em ti um crepúsculo cristalino…
Predestinado! Como rezariam escrituras.

Fugiste de casa perseguindo uma bola.
Humildemente voltaste, perseguido por ela.
E em sonhos e pesadelos vestiste uma só camisola,
A do esforço, do suor, da queda e da esfoladela…
De um rapaz que fugia… sem fugir, à escola.

Àquela escola onde ensinaste, aprendendo.
A toalha não se deita ao chão da derrota certa.
Perder sem nunca desistir é perder… vencendo.
Aprumado sempre, rumo à grande descoberta
Que mesmo ao perder… vence-se, crescendo.

E assim foste campeão de pontos perfeitos,
Sem perderes a conta aos pontos consentidos.
Lançavas bolas com efeitos… mas sem defeitos,
Transformavas em pontos os cestos perdidos,
Com lançamentos de teus valores e respeitos.

E assim venceste duelos, generoso no gesto.
De compartilhar troféus com quem derrotaste.
Ainda agora, a vida é o aro dum cesto modesto.
Por só mais um lançamento esqueces o desgaste.
Gesto dum homem honesto…! CESTO…!


Mais dois pontos… para o Mário Albuquerque.

Jorge Coimbra
(com grande admiração por um dos maiores… senão mesmo o maior, desportista da minha terra, Moçambique)