terça-feira, fevereiro 02, 2010

post nº 084

ESTOU FARTO

Estou farto de ainda ser como sou
Quando sigo caminhos por onde não vou
Me abrigo e escondo onde não estou
E vivo do pensamento que a alguem sobrou

Estou farto de morrer só para viver
Como a onda na praia que tem que bater
Como o vento que sopra só para morrer
Contra rochas, como as asas do saber

Estou farto de canetas que nunca escrevem
De feridas que saram sem nunca doerem
De quem diz que sofre e não é doente

Estou farto de eras novas, poesias e trovas
E de rimas, rimadas em boas novas
Quero agora escrever com tinta permanente


Jorge Coimbra