post nº 077
AS MELHORES COISAS DA VIDA
Inventar uma música
Compor um poema
Lucidez na força
Que quebra a algema
Andar nu e livre
Transportando balões
Insuflados do timbre
Das minhas canções
Sentir numa areia
O salitre da praia
Onde cheguei à boleia
Espinho da micaia
O amor é uma ideia
Em tons de cambraia
Jorge Coimbra
quinta-feira, outubro 30, 2008
domingo, outubro 19, 2008
post nº 076
POEMA DO HOMEM SÓ
Negro nascer do sol
De um dia qualquer
De um princípio qualquer
Escuro, era o dia
Só, era o homem
Seu sonho: a mulher
Seu pensar era nu
Era vago e cru
Felicidade de nada saber
Porém, desgraçado,
O sol escondeu-se em luz cega
E nisto que foi, um ser que chega
Falou de possuir com facilidade
E o homem sorriu da sua vaidade
E disse: eu creio, eu creio
Nisto, nota a costela desaparecida
E rompeu em soluços
Alguém lha retirara
Quando prostrado era de bruços
O ser diferente
Apareceu num repente
Com a tal maçã Bíblica
E ao homem a ofereceu
Que sôfrego a mordeu
Com força triplica
E o ser satisfeito
Cinicamente imperfeito
Disse ao homem:
Homem, sou Lúcifer
Essa maçã era tua mulher
Neste Paraíso, submisso,
Encobriu-se o homem
Destapou-se a mulher
Não culpemos Deus por isso
Jorge Coimbra
Negro nascer do sol
De um dia qualquer
De um princípio qualquer
Escuro, era o dia
Só, era o homem
Seu sonho: a mulher
Seu pensar era nu
Era vago e cru
Felicidade de nada saber
Porém, desgraçado,
O sol escondeu-se em luz cega
E nisto que foi, um ser que chega
Falou de possuir com facilidade
E o homem sorriu da sua vaidade
E disse: eu creio, eu creio
Nisto, nota a costela desaparecida
E rompeu em soluços
Alguém lha retirara
Quando prostrado era de bruços
O ser diferente
Apareceu num repente
Com a tal maçã Bíblica
E ao homem a ofereceu
Que sôfrego a mordeu
Com força triplica
E o ser satisfeito
Cinicamente imperfeito
Disse ao homem:
Homem, sou Lúcifer
Essa maçã era tua mulher
Neste Paraíso, submisso,
Encobriu-se o homem
Destapou-se a mulher
Não culpemos Deus por isso
Jorge Coimbra
terça-feira, outubro 14, 2008
post nº 075
EPITÁFIO
Em gravação tumular,
quero que fique inscrito
que, de clamores e gritos,
memórias não quero levar
Antes abandono a saudade
(que ninguem chore por mim)
morre com a mesma idade
dela me solto por fim
Já do corpo me despeço:
até sempre companheiro!
sai tu de mim primeiro.
Tenho a vida que mereço
entre quebra e recomeço
acabo rindo primeiro.
Jorge Coimbra
EPITÁFIO
Em gravação tumular,
quero que fique inscrito
que, de clamores e gritos,
memórias não quero levar
Antes abandono a saudade
(que ninguem chore por mim)
morre com a mesma idade
dela me solto por fim
Já do corpo me despeço:
até sempre companheiro!
sai tu de mim primeiro.
Tenho a vida que mereço
entre quebra e recomeço
acabo rindo primeiro.
Jorge Coimbra
sexta-feira, outubro 10, 2008
post nº 074
A PRIMEIRA VEZ
Pegadas que deixei na areia
Ondas da minha praia
Em noite de lua cheia
Curvaturas duma saia
Descalço, despido de tudo
Abraço a lua naquele altar
beijo-lhes os lábios, o olhar mudo
E beijo-lhe as mãos sem falar
Foi uma noite penitente
até que a maré me acorda cedo
molha-me os pés, cheio de medo
Volto para casa mais inocente
Será que foi só providência
A concebida iniciação
que me roubou o coração
que me tirou a carência?
Ainda hoje na minha rua
Já sem areia nem praia
Já sem curvaturas de saia
Espumas do meu coração
Relembram-me a iniciação
Mais inocente da lua
Jorge Coimbra
A PRIMEIRA VEZ
Pegadas que deixei na areia
Ondas da minha praia
Em noite de lua cheia
Curvaturas duma saia
Descalço, despido de tudo
Abraço a lua naquele altar
beijo-lhes os lábios, o olhar mudo
E beijo-lhe as mãos sem falar
Foi uma noite penitente
até que a maré me acorda cedo
molha-me os pés, cheio de medo
Volto para casa mais inocente
Será que foi só providência
A concebida iniciação
que me roubou o coração
que me tirou a carência?
Ainda hoje na minha rua
Já sem areia nem praia
Já sem curvaturas de saia
Espumas do meu coração
Relembram-me a iniciação
Mais inocente da lua
Jorge Coimbra

domingo, outubro 05, 2008
post nº 073
DEIXEI FUGIR
Deixei fugir o Setembro
Fugindo nas asas do vento
Lembrem-me (que já não me lembro)
Se de Verão era tempo
Busquei um fugaz descanso
Fechei os olhos pensativo
Fiz o recuo e o avanço
De quem sabe que está vivo
Acordo como dum sonho
Vai-te, pesadelo profundo!
Pegadas onde as não ponho
Risos que já não tenho
Beijos que já não sinto
Abraços dum vagabundo
Agora já nem sou membro
De poetas ou poemas
Deixei fugir o Setembro
Acordem-me lá mais p'ra Dezembro
Jorge Coimbra
DEIXEI FUGIR
Deixei fugir o Setembro
Fugindo nas asas do vento
Lembrem-me (que já não me lembro)
Se de Verão era tempo
Busquei um fugaz descanso
Fechei os olhos pensativo
Fiz o recuo e o avanço
De quem sabe que está vivo
Acordo como dum sonho
Vai-te, pesadelo profundo!
Pegadas onde as não ponho
Risos que já não tenho
Beijos que já não sinto
Abraços dum vagabundo
Agora já nem sou membro
De poetas ou poemas
Deixei fugir o Setembro
Acordem-me lá mais p'ra Dezembro
Jorge Coimbra
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