as primeiras memórias de uma África onde eu devia ter nascido.
sábado, agosto 23, 2008
post nº 072
ARAGENS DA MINHA PRAIA
Corvos que me miravam Da praia do miramar Três peitos brancos voavam Passando pelo meu olhar
Três vestes negras d'agouro Três pares de patas na areia Três garras sobre o tesouro Pegadas da minha aldeia
Queria aí estar com os três Debicando à vossa laia O que no mar se desfez
Salitre e sol que desmaia Corvos negros como pez Aragens da minha praia
Jorge Coimbra
quinta-feira, agosto 07, 2008
post nº 071 Poção Mágica da minha terra
Aquele que corria rastejando entre nós Como uma serpente submissa e escrava Aquele por quem passávamos absortos e sós Aquele que nos manchava e depois lavava
Inquieta maré, mistura de todas as poções Tanto bentas como ímpias e sujas como o sarro As movediças lamas, capturando nossos corações Onde acabávamos por lavar nossos pés de barro
Que de ti foi feito, dos teu odores pungentes e fortes? Do matope onde morrias e vivias todas as mortes? Nem um rasto, nem uma só pegada, mole e leve
Que de ti fizeram, dos teus anos de imensa glória? Lá na terra, eras o maior enredo à nossa história A traição secou-te as lágrimas, já não choras... chiveve