sábado, fevereiro 16, 2008















post nº 042

JONE CHIPÂNGUA

Quem é o Jone Chipângua?

O Jone Chipângua é a pessoa que me tem instruído nas coisas da vida. No amor das coisas pequenas, na simplicidade, na humildade... etc., etc. Infelizmente, nem sempre tenho conseguido percebê-lo e, pior ainda, seguir os seus conselhos.

Não deseja divulgação de quem é. Diz: "Não é preciso “minino”... O pobre só quer um abraço amigo, pequeno,... O pobre não precisa de ter nome grande, não."

É este o Jone Chipângua (Jo, como eu lhe chamo). Para mim ele tem sido um Mestre, e um bom Mestre. E, já agora, diz ele: "Um Mestre é aquele que se julga servo... O que se julga mestre não passa de um mau servo."

Viveu comigo no Chipangara. Comeu à minha mesa, no chão. Não dormiu na minha cama, porque se mantinha acordado para me proteger da noite escura. É o meu Anjo da Guarda.

Não tenho palavras para lhe agradecer. É tão íntimo comigo que comigo se confunde. É o meu Melhor amigo. Um dia poderei dizer mais... Mas só com a permissão do Jo, só que ele não gosta de grande nome em nome pequeno.

Lembro-me...:

"Meu filho (fala-me como se eu na realidade o fosse) vais saber, um dia, como é difícil para uma moeda cair de pé. Cai quase sempre para um dos lados.


O lado de cima não reconhece o outro, qualquer que seja o lado que ficar por cima. Apenas se vê esse lado, o outro não, apesar de também lá estar.

Se a moeda caísse direita, em pé, já se podiam ver ambos os lados. Já se tinha uma visão do seu todo. Assim é o equilíbrio que se deve ter nas nossas vidas... Ou arriscamo-nos só a cair para um dos lados, lado que há-de ser sempre oposto ao outro, há-de ter sempre o outro escondido. É difícil, mas é essencial."

"Os maus também praticam o bem. E os bons praticam também o mal."

"Meu filho, vai caminhando, empurrando o aro da bicicleta com esse arame, sem nunca o deixares cair. Quando o conseguires fazer, vais ver que muito mais compreendes e perdoas... Começando por te perdoares a ti próprio pelo mal que praticas.


Nunca deixes cair o aro, que é a roda da tua vida. Mas se cair... levanta-a, sacode-lhe a poeira, e continua a correr rua acima... sempre empurrada pelo arame, que é a varinha de condão que nunca deves perder... chama-se vontade".

De Jone Chipângua, por meu punho.

Jorge Coimbra

2 comentários:

th disse...

Eu venho sempre cá e leio-te com prazer gostoso.
E tens quem te siga já, que alegria deve ser.
Parabéns, meu amigo, e com um beijo a selar, theo

Anónimo disse...

Tão querido, o Jone! - um beijo, IO, aliás 15...