sábado, fevereiro 02, 2008

post nº 031

AMOR e ÓDIO


Por vezes sinto-me mesmo no meio dessa guerra que sempre existe entre o amor e o ódio. Porque um não se sente amado (o ódio) e o outro se sente odiado (o amor). É uma linha fina e vermelha (não confundir com o quadro "a thin red line") que só permite uma troca de posições, tão ténue, que não dá para uma troca de lugares, com tempo suficiente, para um compreender o que é calçar os sapatos do outro. O amor também odeia... odeia ser despresado, não ser amado. O Ódio também ama... ama odiar e, principalmente, ama não ser odiado.

Em que ficamos? Dividem-se os seres em partes iguais: amor para a direita. Ódio para a esquerda.

O pior é que cada ser contem as duas partes, o amor e o ódio. Cada ser sabe odiar com a mesma força com que sabe amar. Tinhamos que dividir os seres ao meio.

Como disse José Régio "Eu nasci do amor que existe entre Deus e o Diabo... Deus e o Diabo é quem me guia, mais ninguem!". Vidé o "CÂNTICO NEGRO" de José Régio... vão por aí.

Isto tudo para dizer que me sinto amado, por culpa de alguns, e odiado, por minha culpa.

O HORIZONTE

O horizonte olhou-me de frente de cima do monte
E daquela fonte bebi o saber da minha mente
Olhei-o de revés, piscando-lhe os olhos,
Ofuscado por esse encoberto céu de abrolhos

Essa linha pura que da terra separa o céu
Essa cobertura azul que me deu o véu
Da minha fé e sede de saber, isolada esperança,
Como a duma afortunada rês que foge à matança

Assim aprenderei a viver com a vida
Tantas vezes amarga e doce me será sentida
Tantas vezes errarei neste meu caminho
Tantas vezes, amado, me sentirei sozinho

Resta-te a juventude de tanto querer viver
E antecipar o viver por tanto querer amar
E descobrir que amar não é mais que acreditar
Que o futuro passa por muito amar e aprender

… A amar

Jorge Coimbra

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu então estou em águas cinzentas, em meias tintas, num meio termo, "des-sofrido"...nem muito amor, nem nada de ódios, contráriamente ao que diz o poeta:
"Amar ou odiar, ou tudo ou nada,
o meio termo é que não pode ser, a alma tem de estar sobressaltada, para o nosso barro se sentir viver...".
Beijinho, caloroso, theo