segunda-feira, janeiro 21, 2008

post nº 019

CRUZ DE PEDRA

Cruz de pedra que me pesa a alma
Que afere e anota meu ardor e calma
Com que luto, por instantes, nesta vida

Borboleta que, num só momento, bato asas
E voo por entre emaranhados casulos, casas
Que me acolhem, sem ter direito a dormida

Cruz de pedra, que sem ti não passo
Minha mão, igual a ti, pedra, por ti esboço
A cruz do meu penar, desta lancinante ferida

Que há-de secar, por minha mão, na noite fria
Como naquela noite em que se acendeu o dia
Do meu longínquo nascer menino e moço.

Jone Chipângua

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