segunda-feira, fevereiro 04, 2008

post nº 033

TRIBUTO AO PESSOA MISTERIOSO

Foste misteriosa fonte d’água pura
Mas poucos visitaram essa tua adega
Nesta terra seca, matáste-nos a secura
Numa mensagem que o espírito nos lega

Foste simplesmente a Pessoa impar
E foste clarim, chamando-nos ao clamar
Que desfraldemos as bandeiras de todos os festins
Foste a esperança que sempre se alcança
Foste o rochedo e a inquebrável aliança
Que nos liga aos teus sagrados confins

Já que te calaste, que agora Deus te louve
Num Universo esparso e agora mudo
Aquele que era mouco outrora, já ouve
O que era tão parco agora é quase tudo

Orador de todas as línguas, em iguais partes
Professaste a fé no Deus de todas as artes
Rompeste a barreira insuperável da extrema dor
Foste inexplicável ultraje para o ateu
Foste a humana marca que Deus nos deu
Entrelinhas nos teus misteriosos versos de amor

E Portugal que nunca te conheceu
Desconhece agora o que deverá ser
O que tem que vir, venha quem vier,
Mudará a noite em dia, no dia do apogeu
Uma apoteose que desvendará o mistério
Do que querias dizer pelo 5º império
Mas antes mudará os dias em noites de breu

Jorge Coimbra

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