sábado, fevereiro 16, 2008


post nº 041

PÃO

O campo de trigo espera
O dia de ser ceifado
Não é morte contrafeita
Nem é fim anunciado

Que perecer feito pão
Na boca duma ansiedade
Isso não é morte, não
É morrer para a liberdade

Liberdade para dizer
À boca que o consome
Foge de mim, foge, some
Se me não vieres comer

Matarei a tua fome
E quando me vires morrer
Lembra-te que em teu nome
Morro sempre que comeres

Jorge Coimbra


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